[ESC -11] A TORRE DO ELEFANTE

A TORRE DO ELEFANTE
Publicado na Savage Sword of Conan Nº 24 de Novembro de 1977, Livre adaptação do Conto de R.E.H, Publicado originalmente na Weird Tales de Março de 1933)

Adaptação de Roy Thomas e arte de John Buscema a Alfredo Alcala

Introdução

Um dos contos originais que se não foi mais, é um dos mais adaptados que existem em pelo menos 3 versões distintas produzidas apenas pela Marvel, incluindo uma versão feita por BARRY SMITH (onde Conan NÃO remove o coração da criatura, conforme a sequência do original, como esta versão foi confeccionada para a CONAN THE BARBARIAN americana, série destinada ao público juvenil provavelmente foi regulada de acordo com o COMICS CODE, velha herança do MACARTHISMO ainda presente nos quadrinhos dos anos 70) e outra para tiras de jornal (Vide as referências no fim do tópico)

Capa da Weird Tales de Março

Este é sem dúvida um dos clássicos mais intrigantes e que mais mexe com a imaginação dos leitores até hoje, além de ser um dos preferidos dos fãs dos contos de Conan. Apesar do conto não escapar do seu contexto de “fantasia”, sua concepção é bastante compatível com contos de Sci-Fi pelo conteúdo que justifica a existência do sobrenatural e do fantástico em eras onde reinaria um existencial explicado pelo mais puro imaginário criacionista, ouso até mesmo dizer, que ele funciona como uma “intro”, uma pré-visão alternativa de conceitos científicos que ficaram muito populares nos anos 60, em especial, os (polêmicos) livros do Físico ERICH VON DÄNIKEN como “Eram os deuses astronautas?” onde uma série de supostos “fatos” ocultos do público leigo põe em cheque a verdadeira origem autóctone dos progressos científicos e tecnológicos das sociedades humanas que a história á muito esquecera ou fora forçada a esquecer..


Essa assertiva é o núcleo Base de a TORRE DO ELEFANTE, onde um mago ambicioso, consegue aprisionar e escravizar um alienígena exilado no planeta terra há muitos séculos, com saberes e conhecimento sobre as energias que permeiam a existência, muito além de qualquer ser humano em qualquer época, sob tortura e coação, por muitos séculos a criatura ensinou quase tudo que sabia ao cruel feiticeiro, concedendo-lhe riqueza, proteção e o temor dos adversários, tendo em recompensa, o cárcere e o sofrimento por relatar quase tudo que sabe, quase...


Conan neste momento encontra-se por volta dos 17 ou 18 anos, começando sua carreira de ladrão, e ainda está para viver suas maiores aventuras. Ainda é bastante inexperiente no ofício de salteador e é bastante impaciente com os estrangeiros que não toleram e fazem graça de sua origem ciméria. O conto da torre situa-se depois da história “A tumba das visões perdidas” (Conan Saga 6) e antes de “Quando surge um deus” (idem)



Em Arenjun (a chamada “cidade dos ladrões” de Zamora), em uma taverna, um Argoseano embriagado incita a ganância de um jovem Conan, falando sobre os famoso tesouro chamado “O coração do elefante” guardado em uma inexpugnável torre de um mago chamado YARA . Assassinando o beberrão após uma briga, na mesma noite Conan dirige-se até o temido local determinado a roubá-lo.

Após transpor os muros, Conan atinge um silencioso jardim , lá encontrando outro invasor, um outro ladrão de nome “Taurus” homem que goza a fama na região como o “Príncipe dos ladrões”, que por coincidência resolveu assaltar o mago na mesma noite.
Visivelmente mais velho e mais experiente, o bandido aprecia o arrojo e coragem do jovem bárbaro e convida-o a unir forças para invadir a torre.


Grande parte do sucesso da empreitada, vem do fato de que Taurus preparou-se cuidadosamente por considerável tempo estudando as defesas e prevendo obstáculos, levando assim o cimério praticamente ileso até o topo da torre...


Mas o ladrão não previra todas as surpresas que a torre oferece aos seus invasores, morrendo envenenado logo a seguir e deixando Conan sozinho com um horror saído de um pesadelo em uma ampla câmara repleta de ouro e jóias: uma gigantesca ARANHA, movido pela força do desespero, o cimério consegue matar o monstro penetrando depois nos corredores da torre.

Conan bastante assustado depara-se em uma sala com YAG-KOSHA, um ser bizarro com corpo humano e cabeça de elefante, imóvel em um trono, (o susto é duplicado, pois ele não conhece ainda as paragens de VENDHYA para ver o animal que só havia ouvido falar nos países do oeste, o ELEFANTE, e agora vê um híbrido da espécie)


Tomando a imagem inerte como uma estátua perturbadora, toma um sobressalto ao perceber que ela está viva, e logo o Cimério percebe que a criatura é cega e inválida mas pacífica, e chora ao contar sua história de sofrimento.


Explicando que na juventude era um ser alado capaz de cruzar galáxias com outros de sua espécie, ele e outros vieram parar na terra há muitos milênios como proscritos de seu planeta natal isolando-se no oriente. Testemunhando a evolução (Darwiniana) do homem e a ascensão dos reinos Hiborianos, até o momento em que seus iguais pereceram apenas restando YAG, adorado como um deus pelo povo do oriente, até o momento em que o mago Yara, (um Atlante) aproxima-se dele como um discípulo devotado do saber e artes místicas, aprendendo a maior parte dos segredos do alienígena até aprisioná-lo e levá-lo cativo até as terras hiborianas.


O estranho ser pede a Conan em misericórdia que ajude-o em um último feitiço para libertar-se de seu carrasco, usando a pedra chamada “O coração do elefante”, e assim acaba fazendo o Cimério por piedade da criatura, lançando uma temível maldição no mago Yara, concluindo com o cimério escapando vivo e de mãos vazias da torre que desaba com os estertores de seus arquitetos


Certamente este é um dos contos mais importantes do Cimério, embora curto e simples, ele condensa de forma bastante eficiente quase todos os princípios que tornaram os trabalhos de R.H.E tão populares: o conceito de “Barbarismo x civilização” através da experiência do bárbaro com os valores civilizados, o sobrenatural ligado a conceitos metafísicos e não meramente fantásticos ou criacionistas, o horror, e é claro, a violência explícita. Quanto ao texto de Thomas, é apenas outra adaptação muito bem sucedida que melhor popularizou este conto para fãs de todo o mundo novamente com os impecáveis traços de Buscema & Alcala


A TORRE foi publicado no Brasil pela primeira vez na ESPADA SELVAGEM Nº 11 e CONAN O BÁRBARO ESPECIAL Nº 3
As demais versões encontram-se publicadas na CONAN O BÁRBARO Nº 2 (Formatinho) ESPADA SELVAGEM Nº 197. Ambas por Barry Smith. E CONAN O BÁRBARO Nº 60/61 (Mythos) por ROY THOMAS & DOUG MOENCH e tintas por RUDY NEBRES, ALFREDO ALCALA, PABLO MARCOS e ALAN KUPPERBERG

Mais recente é a versão da DARK HORSE COMICS (Conan the Cimerian primeira fase Nº 20/21/22) publicada no Brasil pela MYTHOS em Conan o Cimério nos mesmos números pela dupla BUSIEK & NORD