[CA-02] Um Demônio em Britúnia / Entre Terrores Gêmeos

Conan, the Adventurer, foi uma série de 14 revistas lançadas em 94 trazendo roteiros de Roy Thomas e arte de Raphael Kayanan. Em 97 chegou oficialmente nas terras tupiniquins pela editora Abril reunindo toda a coleção em 5 edições trimestrais. A série tem como objetivo preencher lacunas na cronologia do jovem Conan encaixando histórias e fazendo ligações com momentos importantes sem mudar a cronologia oficial. Assim, pelas palavras do próprio roterista ao final da revista nº 1, "se você é fã de Conan e conhece de cor e salteado todas as sagas já publicadas, vai ver que Conan - O aventureiro é fiel ao que você ja conhece, além de acrescentar detalhes e, esperamos, mais brilho à lenda." Esta resenha tem como base a obra lançada pela editora abril.

Conan - O Aventureiro nº 2.

A revista ao todo apresenta 50 páginas englobando 2 histórias da da saga "the Adventurer". Desenhos e roteiros continuam na mãos dos talentosos Kayanan e Thomas respectivamente. As cores, que eu havia reclamado tanto na edição anterior, ganham um novo nome: Lovern Kindzierski. Senti uma pequena melhora... mas sinceramente... queria mais.


Um Demônio em Britúnia

A primeira historia da revista apresenta Conan tendo seu primeiro contato com uma cidade. Seguindo uma cronologia (confusa) da Marvel, especulo que esta historia se passa após "O Crepusculo do Deus Cinzento" (adaptação de A Morte do Deus Cinzento de Howard) e antes de "A Torre do Elefante", ambas as historias que podem ser conferidas na ESC-197. Aqui não há mais referencia aos Aesires e nem mesmo aos hiperbóreos e toda a trama da revista se passa decorrente a morte do Rei Brian visto na ESC-197.
Conan está em Charnina, uma cidade do reino de Britúnia e esta, devido a morte do rei, se encontra dividida entre dois lordes interessados no poder. Ludox e Pollus. Ambos os lordes andam ao máximo recrutando soldados de modo que toda a cidade se encontra dividida nas duas facções. Ou você é um Polllusita ou um Ludoxista e não ser de nenhum lado acaba por gerar encrenca ao personagem recém chegado na cidade.
Em meio a encrenca que o persegue, ele acaba encontrando Morus, um pícto filiado ao lorde ludox, em uma luta pessoal com Andamo, um zíngaro Pollusita (com visual de mosqueteiro). Sem pensar duas vezes, ele acaba ajudando Andamo e se filiando ao lorde Pollus, afinal, como um bom cimério, ele odeia Píctos. Um fato engraçado é que o Picto acabada por render conan... mas declara um empate e foge deixando todo um mistério envolvendo Andamo e Morus.
Ademais Andamo explica a Conan como funciona a cidade... até que, sem o menor aviso prévio, uma espécie de Golem gigante de barro começa a devastar todos os polusista da cidade.


Entre Terrores Gêmeos

Esta é a continuação da historia anterior. Se a cidade já estava um caos pelo Golem barro gigante caçador de Pollusitas, ele só fica pior com o aparecimento de outro Golem, agora de metal, caçador de ludoxista. A historia se resume praticamente a destruição dos 2 golens e a tentativas de sobrevivência de todos os humanos filiados aos lordes. Estes, por sua vez, estão em controle dos golens através de feiticeiros que usam amuletos iguais ao que procurava o monge da edição anterior (acho que havia me esquecido de dizer isto na resenha anterior).
No desenrolar da história, acabamos descobrindo que tanto Andamo quanto Morus estavam mesmo era em busca destes amuletos... e pra piorar, Andamo talvez não seja aquele aliado que Conan imaginava.



Bom... em resumo toda a história é muito fraca... desta vez, diferente da edição anterior que havia um humor bárbaro das nações não civilizadas, nem isto salva. Roy possui algumas boas colocação no texto, mas a historia, a cidade dividida, os golem que destroem tudo é tão fraco e raso que o leitor não chega a ter afinidade com nenhuma das facções... ta simplesmente ali... Personagens, até agora, mal construídos e totalmente sem carisma. E agora toda a saga está se tornando uma verdadeira aventura de AD&D em busca de relíquias mágicas. Esta edição perdeu bastante do carisma bárbaro de ser que havia na edição anterior.